quarta-feira, 26 de agosto de 2015

nós eles elas tu eu

Os meus sonhos vão voando em conjunto com as pétalas que caem ordenadamente das flores, atingindo o chão na mesma maneira que eu atinjo a realidade de que nós não fomos feitos para estarmos juntos. Sabes que sou mais frágil que um mero caco de vidro perdido por aí, mas mesmo assim insistes em fragmentar cada vez mais a minha alma. A minha alma faminta do teu carinho e atenção. Ainda assim deixaste me morrer à fome. Os meus sonhos voaram.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

creep - coldplay

When you were here before
Couldn't look you in the eyes
You're just like an angel
Your skin makes me cry

You float like a feather
In a beautiful world
I wish I was special
You're so fucking special
But I'm a creep, I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here

I don't care if it hurts
I wanna have control
I wanna a perfect body
I wanna a perfect soul

I want you to notice
When I'm not around
You're so fucking special
I wish I was special
But I'm a creep,
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here

She's running out the door
She's running out
She run, run, run, run
Run

Whatever makes you happy
Whatever you want
You're so fucking special
I wish I was special

I'm a creep, I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here
I don't belong here

sexta-feira, 19 de junho de 2015

este é o primeiro dia da minha vida

É o primeiro dia da minha vida. Os meus pulmões ainda se enchem de vida e a minha alma de variados tons de cores nunca antes vistos. És a primeira silhueta que vejo. Penso que era cega antes de te conhecer. Cativaste-me desde o início. Afinal, sempre foste o início de tudo. Pela primeira vez fomos feitos para estarmos juntos. Criada nos vales assombrados por memórias de uma vida passada; foste tu que me resgataste. Finalmente não me vejo acorrentada de promessas nunca antes cumpridas e mentiras que apenas serviram para alimentar a minha esperança. Nunca houve esperança. A esperança é agora. É nestes jardins que a encontro, deitada à tua beira. Dás-me a tua mãe e eu agarro-a com força. Não tenho medo de te perder, tenho medo de nunca te poder encontrar. Estamos sozinhos mais uma vez; entregues às nossas próprias almas ,que juntas, se tornam num novo ser. Nós. É o primeiro dia da minha vida.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

1412

A ponta do meu cigarro é o início de tudo. A chama consome-o por inteiro, alastrando cinzas que voam aos sabor dos ventos e se deixam conduzir até terras nunca antes pisadas. A cada tragada, sinto-me a inspirar o que resta de nós. Meras substâncias tão tóxicas quanto a tua presença maligna na minha mente. Sai. Não me deixes respirar te mais uma vez. O teu oxigénio continua a correr me nas veias e o teu toque ainda se faz sentir nas extremidades da minha alma. Corróis-me. Corróis cada parte de mim e deixas o resto por aí, sem saberes que eu te sigo em cada passo que dás e que cada batimento teu corresponde aos meus minutos finais. É isto a que chamam amor? Uma fonte de puro egoísmo? Porque honestamente, não quero a tua felicidade, se ela não for partilhada comigo.

december 13

É uma manhã fria de dezembro e eu sinto falta do calor em que os meus lençóis me envolvem, apagando toda a mágoa que sinto ao não te ter ao meu lado. Tento esquecer-me enquanto bebo mais um gole de um copo cujo vidro arde tanto como a chama dos teus olhos quando olhavas para mim. Antes mirava o mundo que parece observar-me a cada passo que dou, o qual é a penas mais um erro que cometo. Cada caminho parece não ter fim. Torna-se dificil seguir em frente enquanto inspiro todas as tuas promessas que acabaram por dançar às batidas do vento. Que os ventos me tragam novas sobre ti. A tua ausência faz-se notar até na ponta dos meus dedos, que antes eram teus e com eles entrelaçados, em cada madeixa do teu cabelo tão rebelde quanto o nosso espirito, apaixonavamo-nos de novo. Fugiste sem deixar rasto e eu mesmo assim continuo na esperança viva de construir um caminho que me leve de volta aos teus braços. De que valeram as tuas palavras, afinal? Foram todas embebidas na amargura da tua alma. É uma manhã fria de dezembro, e continuas a correr me nas veias, mantendo-me viva de paixão.

2:24

Deixas-me assim, uma incógnita de emoções elevada ao expoente da insanidade. Inquietas-me a alma. Desbrava-me e toca-te até descobrires o pedaço teu que falta em mim. A tua carne pertence à minha como se eu fosse tua. Como se nos completássemos. Seguiste em frente e foste pelo teu caminho, deixando-me sozinha num escuro que nem a luz do dia pode eliminar. Não quero ver a luz do dia, não sem ti. Ela arde-me através dos olhos como o teu amor incendeia a minha alma e me abriga nas noites mais frias do ano. Ultimamente tenho passado as noites com frio e em branco, tentando afastar a tua memória que me assombra todos os dias. Pergunto-me como foste capaz de me destruir desta maneira. Eras cada célula que me percorre o sangue e eras do mais puro oxigénio que enchia os meus pulmões, que cheios de vida, voltavam a funcionar. Agora és o fumo tóxico que expiro. Liberta-me de ti.

december 15

Minto constantemente a todos e ninguém imagina o quão boa sou nisso. É sobretudo a mim mesma que passo o tempo a alimentar de mentiras e ilusões. No fundo, sei que alguma coisa não está bem dentro de mim e com a minha vida. O chão parece abrir fendas a cada passo meu e eu nada posso fazer sem ser render-me à subtileza da destruição. Ao menos a destruição nunca acaba; apenas evolui por fases, eu também evoluo na minha própria degradação. É a última vez. Só mais uma vez. Eu consigo parar quando quiser. Não vou deixar que este vazio me mate. Não quero morrer, apenas desvanecer; quero morrer e acordar num mar de rosas a onde não é permitida a entrada de sonhos despedaçados e almas pobres; entrar em coma profundo, chegando perto da morte, mas nunca o suficiente para que ela me domine.